Património Natural

 
 

Gravuras da Botelhinha - Arte Rupestre

Santuário de arte rupestre, situado num pequeno anfiteatro natural, debruçado sobre o vale do regato (ou ribeira) do Souto, na serra da Botelhinha, a sul da freguesia de Pegarinhos.

 

Mapa de localização da Botelhinha

O outeiro ou cabeço (pequena elevação de terreno), é constituído por vários afloramentos graníticos dos quais cinco, de grandes dimensões, se encontram bastante próximos entre si, ostentando uma iconografia gravada. Iconografia esta que remonta certamente ao período pré-histórico, provavelmente a comunidades que já praticaram agricultura e pastorícia.

 

Painel horizontal do afloramento

 

Painel lateral do afloramento

A técnica utilizada para a realização das gravuras era o picotado largo e profundo (na maioria dos casos), embora uma avaliação mais precisa torna-se necessária porque o granito é de grão muito grosso, encontrando-se permanentemente exposto às intempéries, o que dificulta a avaliação das técnicas e das patines.

Os afloramentos ostentam diversos motivos: covinhas, antropomorfos esquemáticos (ou seja motivos que evocam a figura humana), motivos solares ou raiados, semicírculos (por vezes denominados de ferradura), figuras de rectângulos e quadrados. 

Gravuras da Botelhinha - Arte Rupestre

Gravuras da Botelhinha - Arte Rupestre

Gravuras da Botelhinha - Arte Rupestre

Gravuras da Botelhinha - Arte Rupestre

Gravuras da Botelhinha - Arte Rupestre

Um dos afloramentos, ligeiramente ovalado (com cerca de 6,20m de comprimento e 2,80m de largura), contém um buraco de dimensões consideráveis provocado pela erosão natural.

Na mesma área destes afloramentos verificou-se a existência de alguns afloramentos de pedras soltas.

As gravuras ou figuras representadas pretendem transmitir uma mensagem codificada, guardada durante séculos, de um espólio rico em testemunho e vida, que cujo significado se terá perdido ao longo do tempo.

A posição elevada da serra, comunga com o anfiteatro natural, que permite uma visibilidade e deslumbramento extraordinário sobre a paisagem. Paisagem esta que no passado corresponderia a percursos sagrados, que definiam relações profundas entre o Homem e o meio Natural, através de um conjunto de significações, imbuídas de sentidos relacionados com as vivências e modos de vida de uma época ou período, longínquo do nosso.

Estando o outeiro, localizado numa zona com muita luz; a preocupação gerada por parte das comunidades pré-históricas, recai na escolha de um local onde o sol tivesse um papel igualmente importante ao da vastidão da paisagem (tanto a nível do sentido visual, como político-religioso).  

 

Gravuras da Botelhinha - Arte Rupestre

Gravuras da Botelhinha - Arte Rupestre

Gravuras da Botelhinha - Arte Rupestre

Gravuras da Botelhinha - Arte Rupestre

Gravuras da Botelhinha - Arte Rupestre

Gravuras da Botelhinha - Arte Rupestre

A introdução da vinha no decurso da romanização, nomeadamente no Baixo Império, é perceptível em alguns arqueossítios espalhados pelo concelho de Alijó, como o castelo de Castorigo. Essa ocupação é mais óbvia na base dos castros ou castelos (romanizados), como comprovam os vestígios cerâmicos/numismáticos. Contudo, tal presença não se encontra unicamente testemunhada nos fragmentos cerâmicos, mas pelos diversos lagares escavados na rocha, provavelmente associados aos inícios da produção de vinho na região do Douro. A sua tipologia em alguns casos distinta demonstra o engenho no trabalho da pedra.

 

Lagar de Castorigo - Pegarinhos

 

Lagar de Castorigo - Pegarinhos

Outros há espalhados pelo concelho cuja tipologia coloca dúvidas quanto à sua utilização. Seriam lagares de vinho ou de azeite? A sua cronologia indeterminada e a falta de investigação coloca serias dúvidas. Contudo e sem dúvida que "são marcos relevantes de uma época em que a vinha e o vinho ajudaram a forjar e cimentar a economia do Alto Douro" - ALMEIDA, Carlos A. Brochado; PINTO, Paulo J. Costa; ALMEIDA, Pedro Miguel D. Brochado - Os lagares cavados na rocha do castelo de castorigo - Pegarinhos (Alijó). In DOURO - Estudos e Documentos, vol. II (4), 1997 (2º), 15-24.

 

Lagar do Souto - Pegarinhos

Lagar da Costa - Pegarinhos

Lagar Detrás da Serra - Pegarinhos

Lagar do Souto - Pegarinhos

A Ponte do Magusteiro é um dos vestígios das vias romanas que atravessavam o concelho de Alijó.

 

 Ponte do Magusteiro - Pegarinhos

Antigas Muralhas do Castro - Castorigo

Calçada Romana - Pegarinhos

Canais de Rega Romanos

Fraga do Inteirão - Pegarinhos

Vestígios Romanos no Castro - Castorigo

 Mais informações - Património no concelho de Alijó:

www.cm-alijo.pt/arqueologia/

 

Escavações arqueológicas em Vale de Mir - Projeto de Investigação sobre a Ocupação Humana em torno da aldeia de Pegarinhos.


Edição de 04/10/2012, do Jornal - "Voz de Trás-os-Montes"

 

 

Região | 17-07-2013
Segunda campanha de escavação do Projecto de Investigação sobre a Ocupação Humana
 
O Projecto de Investigação sobre a Ocupação Humana em torno da aldeia de Pegarinhos, Alijó (PIOHP) irá iniciar uma nova campanha de trabalhos de campo, entre os dias 4 e 30 de Agosto de 2013, na aldeia de Vale de Mir, Pegarinhos.

O PIOHP, iniciado em 2012, tem como objectivo estudar a evolução do povoamento na freguesia de Pegarinhos, com especial ênfase no período entre a Proto-história e a época Romana. Durante a primeira campanha foram abertas uma série de sondagens num terreno adjunto ao Castro de Vale de Mir. Nestas sondagens foram descobertas estruturas e vestígios de ocupação humana que datam de há cerca de 2500 a 1500 anos, comprovando a existência de um aglomerado populacional na zona durante a romanização. 


Na campanha de 2013, serão abertas mais sondagens na área, alargando a área de estudo e aproximando-a ao castro. Serão também iniciados outros projectos paralelos, como a limpeza e preparação de uma estrutura de lagar romano, na óptica de um projecto de Arqueologia Experimental, e a limpeza de um troço de via romana.


O PIOHP conta com a direcção em campo de Pedro Pereira e Tony Silvino, arqueólogos do Centro Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e do UMR 5138 do Centre Nacional de Recherches Scientifiques (França). Em campo estará uma dúzia de voluntários, alunos de Arqueologia da Universidade do Porto, da Universidad Complutense de Madrid, entre outras.


A realização do projecto é apenas possível pelos apoios proporcionados por uma série de entidades, com especial relevo para a Porto Gran Cruz. A Câmara Municipal de Alijó, a Junta de Freguesia de Pegarinhos, a ACDR de Freixo de Numão e o Regimento de Infantaria 13 de Vila Real fornecem apoio logístico.

 

"Notícias de Vila Real"

https://www.noticiasdevilareal.com/noticias/index.php?action=getDetalhe&id=16305

"Visão Sapo"

https://visao.sapo.pt/trabalhos-arqueologicos-em-alijo-incluem-recuperacao-de-lagar-de-vinho-romano=f741286

 

"Diário Digital"

https://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=645100

Outeiro Rupestre da Botelhinha - Pegarinhos

  

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Lagares do Castelo de Castorigo - Pegarinhos

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